“É um grande privilégio ter vivido uma vida difícil” 20/05
Bom, a maioria deve saber, mas para quem ainda não sabe hoje (20/05) é meu real aniversário. Ano passado nesse mesmo dia eu estava recebendo alta do hospital no Rio da primeira sessão de quimio (flag-ida) na minha segunda leucemia. Alguns devem lembrar dela por causa daqueles 7 dias no CTI por causa de uma pneumonia. Foi uma fase difícil porém com algumas coisas que me arrancaram risadas. Delirei de febre e achei que a cama fosse um carro e que a lanterna estava suja. Outra foi que no CTI eu só estava recebendo família e minha mãe pediu para o fernandinho não falar que estava indo para ninguém, e ele postou no facebook senão me engano… Aposto que teve gente com crise de ciúmes.
Hoje parando e pensando bem,óbvio que “curado” é mais fácil de perceber, existiu um lado positivo da doença. Pude conhecer histórias maravilhosas que sem ela nunca teria conhecido, sensibilizar várias pessoas que aderiram à causa. Experiências únicas que me fizeram mudar e amadurecer algumas idéias.
Foi difícil esse ano, as brincadeiras foram fundamentais para amenizar essa fase. Abrir mão de tudo (temporariamente) por algo que poderia ser o fim, pois por mais que a gente saiba que é passageiro, vivíamos em cima do muro entre ficar bem e o partir como muitos partiram. Hoje posso comemorar mais um dia de vida…
Engraçado que eu sempre falava que queria ter parado numa certa idade, um momento de nostalgia talvez, mas esse meu aniversário me fez pensar difenrente e já não vivo a crise dos 30. Quase um tio Sukita (os tios lembrarão). Fico feliz por mais uma vela no bolo.
Com toda essa carga de informações desse último período que vivi, notei uma realidade diferente. Não me arrependo do que fiz, mas sinto que desperdicei meu tempo com objetivos fúteis. Li em um livro uma pergunta há algumas semanas que me fez refletir:
“O que nos faz sonhar acordado?”
Acredito que a doença tenha vindo na idade certa. Esse ano foi um ano de transformação, nunca me iludi nem acreditei em limitações, mas sempre confiei. Acredito que essa passividade me ajudou muito… É impossível passar para a realidade algumas dessas experiências, percerber coisas que não enxeergávamos.
Obrigado a todos por mais um dia 🙂
“É um grande privilégio ter vivido uma vida difícil” Indira Gandhi
Eu tb sempre limitei idade p partir….as vzs ainda acho q n me encaixo nesse mundo….ms o q ms aproxima as pessoas sao as dores…nd como ela p nos tornarmos ms humanos,condescendentes,frágeis e se apegar a coisas q n se vê…mudar valores e opiniões….vc n venceu….vc vem vencendo…um dia por vez…como tem q ser e n como quer….parabens pela esperança e perseverança