D752 “Quando o tempo for propício…”
Bom dia amigos,
Continuo internado, mas meu quadro melhorou. Por decisão dos médicos não fiz a broncoscopia marcada para hoje. Ainda não ficou decidido se iremos para São Paulo direto daqui. Provavelmente não irei. Apenas no dia 3 para a última quimio do tratamento apenas! Previsão de alta para quinta ou sexta-feira, por conta dos medicamentos. Tomei uma dose considerável de corticoide alta por conta do pulmão e ficarão de olho para ver se o chiado volta.
Viver esse tratamento me mostra como o real sentido da expressão “um passo de cada vez”. Sei que o pior já passou. Mas é cada susto que a gente passa que nos faz questionar muito sobre tudo. Aprendo muito com esses momentos internados que consigo um pouco de paz, calma e tempo do mundo real. Óbvio que preferia ter esse momento em outro lugar, mas quem não tem cão caça com gato. Já consegui ficar bem resolvido com minhas internações e como disse no outro texto não vejo a internação em si como um problema. Passou a ser uma solução para essa nova realidade de baixa imunidade.
O difícil não está sendo dar “um passo de cada vez”. O que desgasta é a sensação de ter que dar um passo para trás para poder avançar duas casas nesse “Jogo da Vida”. Rodo os dados do destino e paro na casa “volte uma casa”. Ando precisando de um duplo 6 nesses dados para deixar meu passado para trás. Mas será que um dia tudo ficará tudo para trás?
“O tempo é o melhor remédio” quando o precisamos curar as feridas e superar os medos. Mas como aceitar o tempo certo? Como esperar pelo tempo certo? Aonde apoiar tantas coisas? A cruz não é leve e nunca pedi por uma cruz mais leve. Apesar de terem momentos que ela parece ter uma tonelada. Sempre fui a favor de me permitir chorar por um dia, apenas um dia. Mas quantas vezes precisamos cair para levantarmos mais fortes o suficiente para não cairmos mais? Pelo que estou vivendo acho que a melhor resposta é buscar um equilíbrio. Pois sempre existirão quedas no caminho. Afinal, “só tem problema quem está vivo”.
Talvez devêssemos olhar as quedas não como um momento de fraqueza, ou de fracasso. Mas sim, passar a perceber a queda como uma nova chance de recomeçar parece uma alternativa mais interessante de se observar a vida. Tantas quedas realmente consomem demais nossas energias. Mas encarar que o tempo cura essas feridas nos traz uma paz que em breve elas irão cicatrizar.
Não esperava ser diferente, muito menos pediria por uma cruz mais leve. Sei que consigo carregar a minha. Mesmo voltando algumas casas de vez em quando aprendi a seguir em frente. Aprendi a confiar no tempo… de coração aberto. Esses dias vi uma frase no instagram de uma amiga que me fez refletir muito (besteira talvez, mas realmente fiquei com ela na cabeça). “Justo quando a lagarta achava que o mundo tinha acabado ela começou a voar”. E ai paramos para pensar na vida dessa lagarta. Acredito eu que ela jamais imaginaria que um dia seria transformada dessa forma em algo tão divino. Todos podemos nos transformar sendo paciente até a hora certa. O tempo pode não conseguir me mostrar o quanto preciso esperar. Mas sempre confiei nele. E talvez esses sinais de voltar as casas no “Jogo da vida” sejam uma maneira do tempo me instigar que um dia irei voar.
Fiquei na dúvida entre duas músicas para o post de hoje. Então vou deixar as duas para quem quiser escutar e pensar um pouco sobre o que o tempo está guardando para nós:
OBS1: Ando sem revisores… desculpem as falhas no português
OBS2: Não gosto de reler o que escrevi e alterar minhas “viagens sinceras”
OBS3: E por favor! não estou triste com minha situação aqui… não fiquem tristes… são apenas pensamentos e desabafos ao vento…
Confiante que esse voo será breve! ?
em breve re!!!!