D666

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Logo numa sexta? Dia de maldade!

Vou começar por um parênteses (obrigado a todos que me apoiaram a começar um blog e sempre dividir um pouco das vivências, desabafos, notícias, pensamentos e viagens com vocês. Cheguei no 45º texto salvo aqui, fora os demais que perdi na minha linha do tempo)

 

Para variar, estou em falta com o blog e com as notícias, né? Mas me prometi que iria dar notícias antes de acabar o ano. Começando pela parte do câncer…

O tratamento está ótimo! Marcamos para mês que vem a próxima punção (aspirado, mielograma, ou o nome que preferir) para ver como a medula está se comportando. O GVHD está super sossegado. Por conta disso, o Dr Ricardo suspendeu um dos imunossupressores (o MMF) para ir “desmamando” deles. Também me liberou para ir à praia!!!! Na areia, de tênis e a noite. Pelo menos já posso ir em luau agora. Ainda bem que ele não falou nada de entrar na água. De tênis deve poder…

Em relação aos fêmures…

Estão bem tranquilos hoje. Daria para andar sem muletas bem, mas semana passada estava incomodando. Comecei a entender o ciclo da coisa. O ortopedista já havia comentado que seriam ciclos de dor e de calmaria. Que esse período dure até o ano que vem J

Encerrei nessa viagem mais um ciclo de vidaza. Faltam apenas 4 para acabar…

E falando em fim do ano, aqui estamos!

Reclamava demais de como os dias passavam devagar durante meu tratamento quando me falavam que um ano passava rápido. E realmente fora daquela rotina incomum realmente o tempo passa rápido. Apesar dessas idas e vindas de SP o ano passou rápido, ou talvez até por tantas idas e vindas tenha passado rápido.

A vida passou a ser tão intensa de novo que entendemos o porquê ela passa num piscar de olhos. Esse foi o lado bom de ter vencido. Essa sensação de superação. Mesmo com intensidade ainda podemos parar num minuto antes do avião decolar que você se desliga do mundo e da internet e consegue apreciar o avião contornando o Rio e saber que mês que vem estarei ali de novo. Viver sem o peso da dúvida do amanhã.

Estar de “volta” me tornou mais disposto para enfrentar essa rotina mais parecida com a vida real. Aqueles 10 minutos de paz que pedi no dia do meu segundo TMO também “virou” rotina. E sempre no meu silêncio consigo ser verdadeiro comigo mesmo. Consigo olhar para trás e me orgulhar de tudo que passei. De superar aquele medo todo que me envolveu até uns meses atrás. Desafio vencido, na melhor de três!

Não consigo imaginar minha vida sem ter passado por tudo isso. Não me imagino em caminho nenhum que não fosse esse (podia só ter umas pneumonias a menos). Mas olhar tudo com otimismo serviu para saber que tudo isso valeu a pena. Ganhei tanto com a doença que não me passa na cabeça “e se não tivesse acontecido”. O pensamento sempre foi que um dia acabaria. Como já disse o ortopedista são apenas momentos de altos e baixos. Ou como as frases que eu adoro… “até uva passa”. O segredo disso tudo foi aproveitar o baixo.

O que tem de errado em aproveitar o lado ruim da vida?

Que esse novo ano seja um novo recomeço para os novos e antigos amigos! Que no dia da virada possamos agradecer mais do que pedir! Obrigado por sentirem falta das minhas notícias! Que não faltem motivos para festejar!!! Bom D666 para todos!

E doem medula! Para o novo ano de alguém!

“tim tim um brinde pra mim”

“To pronto para escrever uma nova história”.