D579 problemas
D579
Caros, andei errando a contagem dos dias, avisei pelo facebook só para ratificar estou colocando aqui também. Não sei em que dia comecei a errar, senão não teria errado.
Um dia incomum para escrever, uma terça depois de uma aula pesada, poderia estar roubando, vendendo bala, jogando ps4, estudando… mas resolvi escrever pois tenho algumas notícias sobre a saúde. Já aviso que não é nada preocupante.
Nessa ida para SP o médico, Dr. Ricardo para os íntimos, passou a lista de exame de rotina com uns 30 pedidos de exame. Se você for enfermeiro não usa aquela paradinha que puxa a vácuo direto na agulha, ela aperta no braço e incomoda mais do que a furada em si. Use a que tem mangueirinha, seus pacientes ficarão agradecidos. E um dos exames era o pedido para verificar se tinha um vírus específico ativo no meu corpo. Nada grave, digamos que é um primo da herpes, ou do herpes (desses que 99% da população tem, e eu sei que você vai dizer que não tem, mentira sua, as vezes você tem só que sua imunidade não deixa ele se manifestar). Sei que tenho ele, pois por conta dele no meu primeiro TMO fiquei alguns dias a mais (2 semanas para ser exato) internado. Devido a baixa imunidade é comum ele e tudo que eu tenho de podre aparecer, meu passado me condena.
Resumindo a história do vírus. No exame que fiz em SP ele resolveu dar o ar da graça. Nunca olhos os exames pois aprendi que notícia ruim chega rápido. São 700 termos que não vou entender no exame e só me preocupar por antecipação. E sobre me preocupar já deixei a vida me levar. Mas a notícia chegou rápido. Dr. Ricardo avisou que ele havia aparecido numa contagem muito baixa, muito mesmo. Engraçado que essas notícias mais pesadas já dão um choque na gente de cara e fazem nossos pensamentos irem além do alcance. Sabia muito bem o que significava ele voltar. Pelo menos uma semana internado tomando antibiótico, pois ele tem que ser na veia e 2x ao dia, logo não da para fazer ambulatorial. Pensei em mil coisas naquela fração de segundo após o recadinho do médico.
Mas tudo não passou de teoria de leigo e graças a sabedoria do médico e suas estratégias não internei. Ele reduziu o imunosupressor para fazer meu sistema de defesa (medula do meu pai) funcionar e com isso meu próprio organismo combater o vírus e suprimir ele de novo. Estranho que não me preocupei pela internação, pela semana que teria que passar no hospital. Minha única preocupação era que perderia uma matéria do mestrado. Que interromperia mais uma vez minha caminhada por mais um problema decorrente do câncer. Preferi ligar o “dane-se” para o que iria acontecer e esperamos alguns dias para a queda do imunosupressor fazer efeito.
Retornei ao Rio e na segunda pela manhã repeti o exame. E por isso hoje resolvi escrever. Pois estava na dúvida se iria conseguir terminar essa matéria ou não. Tudo dependeria do resultado desse exame. Caso sim para o vírus eu viajaria para SP para internar e tomar o ATB. Caso não voltasse eu conseguiria cursar a matéria normalmente. E saiu o resultado. Estou limpinho de novo. A estratégia do médico funcionou.
Sabe aquele início de conversa básica que é sempre “Oi, tudo bem?” Sempre respondo sim mesmo tendo meus problemas, só que sempre escapa um “mas isso e aquilo”. Algumas pessoas ficam dizendo que tem vergonha de dizer para mim pois dizem “você já passou por isso tudo, fico sem graça de trazer mais problemas”. Vamos esclarecer algo aqui. Não sou eu que julgo o tamanho do seu problema. Então pode falar sem medo. Prefiro encarar os meus como não sendo tão graves. Economizo energia não dando tanto valor ao que talvez não mereça. É uma maneira interessante de levar. Poderia ter sofrido horrores pensando no resultado do exame, mas abri mão de olhar. Até sair o resultado não ia mudar em nada eu me preocupar ou não com ele.
Já escutei de algumas meninas preocupadas e com razão sobre possíveis nódulos de mama. Fico feliz que pelo menos elas estão zelando pela saúde delas. Mas graças a Deus todas estão bem. Só que até saírem os resultados todas ficaram desesperadas. Sei que é um assunto muito delicado, mas durante aquele período valeu a pena sofrer? Sofreram pelo que não tinham. Acredito que tenha servido como aprendizado pelo menos, para sempre estarem ali cuidando da saúde. Valeu o susto.
Acho que o tamanho do nosso problema é a importância que damos a ele. Se ficar pensando nisso o tempo todo será uma bola de neve de preocupações e angústias. Invista sua energia em esquecer o que está por vir e insista no agora. Antes achava besteira a frase do “Força, foco e fé” mas aprendi com alguns amigos a importância do foco. Foque no que importa. Deixe esse hábito de negatividade de lado. Pratique o hábito do desapego . Enfraqueça a negatividade pensando em algum apego que seja construtivo para você (pratique a paciência, a solidariedade, a caridade {DOE SANGUE}. Pratique o desapego (não digo de coisas materiais, mas de tudo que não acrescentar).
Já escrevi isso antes, mas a “vida nos da muito mais motivos para sorrir do que para se preocupar”. Não faça dos problemas problemas. Afinal só tem problema quem está vivo.
Quero que um dia tenha oportunidade de conversar com meu filho, Giovane 14 anos, ele precisa tanto de Força Foco é Fé. Sua experiência pode ajuda-lo.