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22 de abril de 2016 0 Por Daniel Campbell

D421

Caros amigos,

Desculpem a minha ausência. Última postagem foi no D404 e nunca mais dei notícias. Como todos sabem que notícia ruim chega a cavalo, devem estar tranquilos comigo! Como já dizia meu ídolo: “não criemos pânico”. Já estou tanto tempo ausente que não lembro o que contei de novidade, para variar!

Quanto ao tratamento, tudo está indo da melhor maneira possível. Estou fazendo os exames nos laboratórios Amais no Rio. Bom, era o que eu pensava até eles mandarem meu sangue para outro laboratório sem a minha autorização. Ou seja, não façam exames lá. Pois vocês nunca saberão aonde o sangue irá passear. Já estou em contato com meu médico, porque infelizmente o Rio em termos de saúde não é igual à SP. Logo, isso quer dizer que a qualidade da rede fleury de SP não é a mesma no Rio. Estou esperando a ouvidoria ligar até hoje…ainda bem que estou esperando deitado. Obrigado rede fleury carioca por levar meu sangue para passear.

Depois desse desabafo, voltamos ao assunto que importa: saúde continua ótima! Como alguns sabem estou morando em Arraial do Cabo – RJ, uma pacata cidade aonde morei em 2007/08 para estagiar no Instituto de Pesquisa da Marinha. Uma cidade linda, de fazer a gente esquecer que um dia passou por tudo isso. Até nos dias que umas bolinhas começam a aparecer no corpo e penso: “como pode esses mosquitos de hoje em dia me picarem mesmo com tanto repelente?”. Agora estou de volta no Rio e as bolinhas continuam. Criei várias teorias lá em Arraial, até parei de comer na cama temendo que as “picadas” fossem de formiga. Mas as bolinhas continuam aqui pelo Rio e coçam tipo picada de mosquito. Pelo menos sei que não é nada desses mosquitos atuais. Deve ser reação de algum dos 327 remédios que tomo todo dia ou reação da medula (espero). Fico pelo Rio até terça e já viajo para SP para mais um ciclo de vidaza.

Esse recomeço, em passos lentos, para a nova vida está sendo único. Não esperava de forma alguma que fosse dessa maneira. Às vezes, a gente fica tentando idealizar como seriam as coisas, e às vezes temos a tendência até de complicar onde não existe complicação. Esquecemos que só existe um caminho e que só depende de nós. Não adianta esperar as coisas acontecerem. Sempre fui muito procrastinador, muito preguiçoso e hoje vejo que cada minuto que passa é um a menos de vida e um a mais vivo. Até deitado na cama valorizo cada minuto de preguiça.

Após esses quase 10 anos afastados da marinha e de Arraial é muito gratificante voltar às minhas origens e reencontrar pessoas que me inspiraram a ser um pesquisador e saber que, mesmo distante, todos torciam por mim. Sentir esse carinho enorme ao retornar, não tem preço! Um carinho que faz com que a gente se sinta em casa, que faz com que chamemos esse espaço de nosso lar.

Além desse povo todo que sempre foi muito querido, surgem cada dia mais pessoas para fazer parte da minha nova vida. Mesmo sem me conhecer já ouviam falar de mim através dos que já me conheciam no passado e me receberam de braços abertos como se eu já fizesse parte daquela família. É tão importante saber que posso me jogar no escuro e que ali existem tantos para me suportar.

Obrigado à todos que participaram de certa forma. À minha família de sangue, às minhas postiças e às novas também. É tão difícil dizer que a alguém de fora da família (às vezes na própria família), o quanto somos gratos por essas pessoas existirem em nossa vida. Confesso que com o blog isso me facilitou horrores. E ser grato e demonstrar essa gratidão me faz um bem enorme. Não apenas por educação, mas ser grato de coração. Foram três longos anos para entender o quanto cada um se tornou importante de forma única na minha vida. Obrigado à todos que me fizeram ter certeza de que “o caminho é um só”.

Dever de casa (novo desafio, além de irem doar sangue e medula):

  • Gostaria de propor à você (isso mesmo, VOCÊ meu caro amigo), que escreva para alguém (família, amigo, namorado (não vale), vizinho, periquito, papagaio, até cunhado) o quanto você é grato por essa pessoa existir na sua vida (pode ser por inbox, no mural, e-mail, a lápis, a caneta)! Prometo uma nota 10 de boas sensações!

Obrigado família Campbell, família Andrade, família USU, família Paladino (inclusive dona Bárbara), família Atton (e agregados), família HSVP, família Samaritano, família IEAPM, família Verão e à todos os adotados durante minha vida. Como sempre brinquei: “meu coração é de mãe, sempre cabe mais um”.