D283 (com um dia de atraso)

7 de dezembro de 2015 0 Por Daniel Campbell

D283

Amigos, encerrando mais um ciclo de vidaza. Agora só ano que vem…

Amanhã se a preguiça permitir estarei indo no posto de saúde tomar mais algumas vacinas e almoçar com meus avós! A saúde esta em ordem. Meio rechonchudo (olhei no google para ver como escrevia, tenso) ainda por conta da predinizona e dos bolos de cenoura, mas para quem já foi careca e indiano está tranquilo.

A semana passou bem tranquila, voltei até a caminhar, mesmo com o cateter pendurado por conta da semana de quimio. Sempre me perguntam se sinto alguma coisa com o Vidaza, mas passo numa boa com ele. Nunca senti efeito nenhum tipo enjoos, náusea e queda de cabelo (esses comuns de quem toma quimio).

Quem leu o último post acredito que vá me entender um pouco. Essa semana tive a boa notícia lá do mestrado e é engraçado como a gente vira meio que escravo da mente. O quanto somos presos a nossos pensamento, isso tudo gera uma ansiedade e quando me pego por mim já estou tendo mil sonhos com esse regresso a normalidade. A gente para olhar que o tempo está passando e a cada dia de vida é um a menos que já está passando. Bendita amiga minha que mandou eu fazer uma lista “40 coisas para fazer antes dos 40”. Ver tantos desejos para realizar começam a deixar uma ansiedade no ar. Essa ideia de que a vida um dia vai acabar realmente cria uma ansiedade sem fim.

12307550_1057401637611789_2511574244914332926_o

Sempre falei de buscar um silêncio, uma paz. Consegui ficar em paz, mesmo sabendo que tinha uma probabilidade maior desse fim chegar antes. E com esse silêncio e paz (às vezes forçado) entendi um pouco que não podemos esperar tudo cair do céu. Tive que parar minha “vida” por um tempo para entender que o tempo não volta atrás. Dos 28 aqui estou eu com 30 (e olha que foi pouco para muitos que tem câncer). Não considero que foi um tempo perdido o da doença. Aprendi muito nesse “tempo perdido”. Renato Russo me enganou dizendo que temos todo o tempo do mundo, mas acertou no “temos nosso próprio tempo”. Durante a doença procrastinei ao máximo. (procrastinar = transferir para outro dia ou deixar para depois; adiar, delongar, postergar, protrair.) E não me arrependo disso, mas talvez pense em não procrastinar tanto a partir de agora. Está chengando a hora de reduzir a lista das 40 coisas para umas 20 com mais importância… um vidaza a menos e os planos já vão surgindo…

www.ameo.org.br “doa a quem doer, doe-se”

Escrevi ontem mas dormi antes de postar hehe…