D1428 “Na dúvida, rema!”
Promessas de ano novo, quem nunca? Semelhantes as dietas de segunda-feira, lista de 40 coisas para fazer até os 40, e por ai vai… Lembro que estava na casa da tia Regina e tio Nelson celebrando o natal e por acaso a TV estava no canal OFF passando um vídeo de surfe com pranchões (longboard). Admirando o surfe fiquei, naquele momento de nostalgia.
Alguns posts atrás comentei que um dos meus adestradores da ansiedade foram meus momentos no mar. Nunca surfando a primeira onda que vinha pois sabia que a segunda da série de ondas que vinha era sempre a melhor. Então bati o martelo para minha meta de 2019 ali. Tirei uma foto do senhor fazendo uma manobra e tornei público minha meta, voltar a surfar em pé no meu pranchão.
Tentei assim que a dermatologista liberou praia, mas meu fêmur ainda estava muito dolorido. E confesso que eu estava inseguro. Consegui ficar em pé por uma fração de segundo mas foi sofrido e resolvi abortar o surfe por hora. 5 anos esperando para retornar para o mar e fracassar. Aprendi que o que vale é a diversão, me adaptei ao bodyboarding que não precisa ficar em pé (esse da foto que eu já postei algumas vezes. O importante era estar na água.
E como já havia aprendido a esperar a segunda da série comecei a trabalhar nisso. O próprio bodyboarding, pedaladas, academia, fisioterapia, apoio moral foram me preparando. E finalmente me senti pronto para me desafiar.
As vezes surge uma necessidade de nos testar, de nos desafiar. Desafiar meu orgulho. Surfar deitado na prancha é legal a beça, mas passear na onda com meu pranchão não tem preço. Era algo que eu realmente, cedo ou tarde, sabia que iria me desafiar. Assim como a dieta de segunda, mas essa está difícil de cumprir…
Resolvi sair da zona de conforto. Hoje, despretensiosamente, resolvi ver se meu controle de ansiedade estava em dia, fomos para o mar (de pranchão). Queria tirar a poeira da prancha, colocar ela dentro d’água e pelo menos dar uma remada. Escutar o mar é ainda melhor forma (para mim) de me desprender da mente, daqueles pensamentos que nos deixam aflitos.
A sensação de gratidão por estar ali surfando, ou apenas boiando com 2 amigos, faz a gente olhar para trás e pensar “amém”. E atrás de mim hoje era a areia e eu queria o que estava por vir, a meta de 2019. Não era uma questão de mérito, nem ser reconhecido. Queria apenas lavar a alma.
E ela veio lá de trás, vi ela formando, enchendo e crescendo. Me posicionei e vi que abriria para o lado esquerdo (não é meu bom, mas acho que depois de 6 anos sem surfar todos os lados são ruins). Mas quem tinha tempo para reclamar? Minha meta estava chegando em mim, e comecei a remar… A prancha pegou velocidade e nessa hora não existe espaço para ansiedade, trabalho, estudo, dinheiro, remédio… a emoção é tanta que nem respirar eu lembro se respirei.
Só lembro de ir ficando em pé, aquele segundo de demora uma eternidade. Foi meio intenso demais que não sei nem dizer se arrisquei colocar o joelho para depois subir ou se subi direto. Mas me levantei e olhei aquela esquerda abrindo. Para uma esquerda até que estava direitinha. E fiz o que estava entalado desde a primeira internação… passear, era o que eu precisava…
Desde a primeira proibição de praia que tive a falta do surfe era um vazio que me assolava. Comecei a surfar com uma prancha de tartaruga azul quando não me entendia por gente. Quando era um molequinho fedendo a leite (tenho a memória exata) eu pedia para meu pai me levar para o fundo, queria as ondas antes delas fazerem espuma e mal sabia nadar. Aos 13 ganhei minha primeira prancha de surfe do meu avô que tenho até hoje guardada. Acho que deu para ver que o surfe é muito mais que uma muleta na minha vida.
Hoje estou de alma lavada, cheio de dor muscular nas pernas, braço, costas, unha… mas hoje estou completo de novo. Passamos por muitos mal momentos na vida, todos nós. Cada um tem uma cruz para carregar. Mas só carregar cruz cansa qualquer um. As vezes precisamos recarregar um pouco, e surfando me encontro.
Cumpri minha meta de 2019, agora é hora de dobrar a meta. Resolvi meu conflito de 6 anos, mas esperei a segunda onda. Desculpem, fui ansioso e não esperei os exercícios do meu fisioterapeuta para voltar a ficar em pé na prancha, mas ninguém é de ferro… agora sim completo, ano novo, vida nova… Feliz 2019 e boas ondas! “O melhor surfista é aquele que mais se diverte”
Sem revisão para variar… e vale música repetida sim!!!
DEUS é Maravilhoso.!!Ele sempre abençoando seus filhos!!
Vc merece pois és uma pessoa de Fé , Perseverante,.assim como sua Família.
Que DEUS continue vos abençoando
FÉ, FORÇA E FOCO.
obrigado pelas palavras!!!