D1362 “Deixa a vida me levar”

19 de novembro de 2018 0 Por Daniel Campbell

Sem notícias de saúde hoje, apenas uma breve história. Nessas leituras e pensamentos diários achei uma história bem interessante que encaixou como uma luva para tentar explicar um pouco do comportamento quando aceitamos as pedras do nosso caminho e que em todo caminho existem pedras.

No meu caso a rocha no caminho mais difícil de aceitar sem dúvidas foi o diagnóstico do câncer. Os 2 primeiros perdi o chão junto com o ar. No terceiro de tanto tirar pedras do caminho o desconhecido já era um pouco mais conhecido. Receber o diagnóstico independente da experiência nunca é algo simples, mas apesar dos pesares… Hoje, depois de 5 anos do primeiro diagnóstico (jun/2013) posso dizer que o câncer me trouxe coisas que jamais teriam acontecido sem ele.

Espero que gostem…

“Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco. Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira. Os amigos disseram ao velho: Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado! E o velho respondeu: Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. O resto é julgamento de vocês. As pessoas riram do velho. Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele tinha fugido para a floresta. Na volta, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele. As pessoas se reuniram de novo e disseram: Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção. E o velho disse: Vocês estão se precipitando de novo. Quem pode dizer se é uma benção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta… O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar: E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas. E o velho disse: Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção… Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho. E os que foram para a guerra, morreram… Quem é obcecado por julgar cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação. E isso leva a conclusões precipitadas. Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa. Quando uma porta se fecha, outra se abre… As vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a benção que ela nos traz…” @xamanicos

Sei que o câncer não foi uma desgraça na minha vida e está absurdamente longe de ser uma benção. Só que é a única vida que eu tenho. Reclamar ou pensar “e se…” não vai tirar essa pedra do caminho. Essa nova visão de entender que a parte difícil da vida as vezes é tão necessária quanto à parte fácil e o que nos faz achar as bênçãos embaixo das pedras que vamos retirando do caminho. “Tudo está acontecendo exatamente como deveria”.